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terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Professor Pinheiro é o novo Secretário da Cultura do Estado do Ceará
Pela terceira vez consecutiva um professor universitário deverá comandar a Secretaria de Cultura do Ceará. Doutor em História Social e atual vice-governador do Estado, Francisco Pinheiro foi escolhido para assumir a pasta, gerida nos quatro últimos anos pelo filósofo Auto Filho. Ambos integram os quadros do Partido dos Trabalhadores (PT). O anúncio foi feito às 14h de ontem (27.12), na residência oficial do governador, no bairro Meireles.
Nos quatro anos da gestão de Auto, o Professor Pinheiro (como é mais conhecido) foi presença garantida nos eventos promovidos pela Secult, quase sempre representando o governador Cid Gomes. O nome de Pinheiro já havia aparecido entre os rumores que falavam sobre quem assumiria a pasta.
Museus e editais
Professor Pinheiro conta que seu nome foi definido para o cargo na noite de domingo
(26.12). Apesar disso, na coletiva de divulgação do novo secretariado, ele demonstrou já ter se familiarizado com os temas da pasta. Cid Gomes afirmou ter "total convicção que Francisco Pinheiro vai fazer um bom trabalho, porque ele tem o perfil da secretaria. Ele foi feito pra ela".
Pinheiro procurou explicar sua identificação com a pasta: é professor de História e começou sua carreira política dentro da Secult, trabalhando com a parte de patrimônio e museus. "O professor Auto Filho fez um grande trabalho na área do livro e da leitura. Pretendemos dar continuidade a ele, mas também ampliar o Sistema de Museus", antecipou.
O vice-governador revelou que manterá o diálogo com Auto Filho, para ficar a par dos atuais projetos e desafios da Secult. Pinheiro garantiu a continuidade da política de editais ("a mais republicana que existe") e o interesse em dialogar com a categoria do audiovisual, por ainda não ser muito familiarizado com a área.
Francisco Pinheiro é natural de Jaguaribe, município a 308 km de Fortaleza. Graduou-se em História na Universidade Federal do Ceará, onde integra o quadro de professores. Apesar de sua carreira como pesquisador, seu nome é, de fato, conhecido pela trajetória política no PT. Foi, por dois mandatos, presidente do diretório municipal da sigla. Em 2004, já eleito vereador, Francisco Pinheiro aglutinava os cargos de professor da UFC, presidente do diretório municipal do PT e de articulador das negociações políticas da candidatura de Luizianne Lins no segundo turno.
Quem é Ana de Hollanda - Ministra da Cultura do Governo Dilma?
Nome: Ana de Holanda. Idade: 62 anos. Profissão: cantora e compositora. Responsabilidade: assumir a pasta de cultura na gestão de Dilma Roussef. (...) Nova regulamentação dos direitos autorais, Lei Rounet, verbas, descentralização dos investimentos para produtos culturais em todo o país, são alguns dos temas delineados para o próximo governo. Mas, quem é essa mulher e por que ela foi a escolhida para o cargo?
A sexta dos sete filhos do sociólogo Sérgio Buarque de Hollanda e da dona de casa Maria Amélia, a Memélia, chegou a atuar no primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como diretora do Centro de Música da Fundação Nacional de Artes (Funarte), como responsável pela retomada de projetos como a Bienal de Música Contemporânea e o Projeto Pixinguinha. Ela ressaltou, em entrevista coletiva, que nega qualquer interferência do irmão mais famoso, Chico Buarque no processo de escolha do seu nome. "Não tem nada a ver. A presidente foi muito clara comigo: (o convite) foi pelo meu trabalho. Ela sabia do meu trabalho na Funarte, que deu muito certo", contou Ana, que havia estado apenas uma vez com Dilma, antes do convite.
Ana de Hollanda nasceu em 12 de agosto de 1948 e começou sua carreira artística aos 16 anos de idade, acompanhando o irmão Chico Buarque, como integrante do quarteto As Quatro Mais, no show Primeira Audição, apresentado no teatro do Colégio Rio Branco, em São Paulo, e reapresentado na TV Record. Em 1968, participou do 3º Festival Internacional da Canção, interpretando o frevo Dança das rosas. A partir daí, gradativamente, trilhou seu próprio caminho como intérprete, atenta à sofisticação em arranjos e escolha de repertório. O primeiro disco solo de Ana de Hollanda foi gravado em 1980. Depois vieram mais três gravações. No repertório estão inclusos sambas de Noel Rosa e Geraldo Pereira, canções de Chico Buarque, da Bossa Nova e da Música Popular Brasileira (MPB).
Problemas - "Estou honradíssima com o convite da Presidenta Dilma. O desafio é enorme, mas nada que seja impossível para quem respira cultura. Conto com ajuda essencial de todos que criam e produzem arte", declarou em comunicado. Apesar disso, Ana de Hollanda vai ter de se bater com questões complexas, de naturezas diversas, como ampliar o orçamento de R$ 2 bilhões (ou consolidá-lo, já que está ameaçado de cortes). "Ana vai ter um grande desafio, que é fazer com que o governo dobre o orçamento cultural, que é ridículo, para o ano que vem", analisa o escritor e ativista cultural e religioso Frei Betto, amigo da família Buarque de Hollanda desde 1966.
Trajetória política - Ao comentar o próprio currículo, Ana de Hollanda exaltou o trabalho na Funarte, como diretora de música entre 2003 e 2007, além de atuações na área pública, como na secretaria de Cultura de Osasco, quando era governada pelo PT, e no primeiro governo de Mário Covas, no início da década de 1980, também em São Paulo. Na Funarte, Antonio Grassi, que a convidou para o cargo, foi demitido pelo então ministro Gilberto Gil e, em função disso, Ana de Hollanda também deixou o órgão.
"Saí da Funarte porque o Grassi foi demitido, e havia sido convidada por ele. A gente, por questão até ética, tem de colocar o cargo à disposição. Se o trabalho do Grassi tinha sido mal avaliado, eu me sentia responsável também. A cultura sempre foi uma presença muito forte na minha vida. Há 30 anos estou discutindo cultura".
Gestão - No encontro com a presidente, Ana contou que não ouviu promessas de aumento do orçamento para o ministério - atualmente em R$ 2 bilhões. Reconheceu que a verba disponível ainda é pequena, mas ressaltou que Dilma acenou com a possibilidade de aproximação maior da pasta com as estatais, como forma de evitar a centralização de patrocínios para o mesmo grupo de artistas. Ana lembrou ainda a sua condição de primeira mulher à frente da pasta da Cultura. "Por lei, temos direitos iguais, mas a realidade não é essa. Com uma presidente mulher, ela poderá mostrar o potencial da mulher como gestora. A cultura é uma área em que a mulher já tem presença muito grande. Acho muito coerente a cultura passar para uma mulher", afirmou.
Direitos autorais- A intenção da futura ministra da cultura é de convocar juristas, artistas e, se for necessário, reabrir a consulta pública na internet para ouvir opiniões a respeito da proposta, que prevê flexibilização das atuais limitações aos direitos autorais. Ela lembrou que a discussão causou tanta polêmica que o projeto de lei ainda não foi mandado pelo Ministério da Cultura para o Congresso. (Com Agência Estado)
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